segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Não toque no "ungido do Senhor!" Sério?

     Quem nunca ouviu isso: Não toque no ungido do Senhor! Com base na história de Davi e Saul? Mas aqui a unica coisa de Davi não queria ser era culpado pela morte de alguém. De fato Davi não concordou com as atitudes de Saul e pediu a Deus uma solução.
     Veja esse belo estudo do Reverendo Augustus Nicodemus.


Não toque no "ungido do Senhor!" Sério?

Há várias passagens na Bíblia onde aparecem expressões iguais ou semelhantes a estas do título desta postagem:

A ninguém permitiu que os oprimisse; antes, por amor deles, repreendeu a reis, dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas (1Cr 16:21-22; cf. Sl 105:15).

Todavia, a passagem mais conhecida é aquela em que Davi, sendo pressionado pelos seus homens para aproveitar a oportunidade de matar Saul na caverna, respondeu: "O Senhor me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, isto é, que eu estenda a mão contra ele [Saul], pois é o ungido do Senhor" (1Sm 24:6).

Noutra ocasião, Davi impediu com o mesmo argumento que Abisai, seu homem de confiança, matasse Saul, que dormia tranquilamente ao relento: "Não o mates, pois quem haverá que estenda a mão contra o ungido do Senhor e fique inocente?" (1Sm 26:9). Davi de tal forma respeitava Saul, como ungido do Senhor, que não perdoou o homem que o matou: “Como não temeste estender a mão para matares o ungido do Senhor?” (2Sm 1:14).

Esta relutância de Davi em matar Saul por ser ele o ungido do Senhor tem sido interpretado por muitos evangélicos como um princípio bíblico referente aos pastores e líderes a ser observado em nossos dias, nas igrejas cristãs. Para eles, uma vez que os pastores, bispos e apóstolos são os ungidos do Senhor, não se pode levantar a mão contra eles, isto é, não se pode acusa-los, contraditá-los, questioná-los, criticá-los e muito menos mover-se qualquer ação contrária a eles. A unção do Senhor funcionaria como uma espécie de proteção e imunidade dada por Deus aos seus ungidos. Ir contra eles seria ir contra o próprio Deus.

Mas, será que é isto mesmo que a Bíblia ensina?

A expressão “ungido do Senhor” usada na Bíblia em referência aos reis de Israel se deve ao fato de que os mesmos eram oficialmente escolhidos e designados por Deus para ocupar o cargo mediante a unção feita por um juiz ou profeta. Na ocasião, era derramado óleo sobre sua cabeça para separá-lo para o cargo. Foi o que Samuel fez com Saul (1Sam 10:1) e depois com Davi (1Sam 16:13).

A razão pela qual Davi não queria matar Saul era porque reconhecia que ele, mesmo de forma indigna, ocupava um cargo designado por Deus. Davi não queria ser culpado de matar aquele que havia recebido a unção real.

Mas, o que não se pode ignorar é que este respeito pela vida do rei não impediu Davi de confrontar Saul e acusá-lo de injustiça e perversidade em persegui-lo sem causa (1Sam 24:15). Davi não iria matá-lo, mas invocou a Deus como juiz contra Saul, diante de todo o exército de Israel, e pediu abertamente a Deus que castigasse Saul, vingando a ele, Davi (1Sam 24:12). Davi também dizia a seus aliados que a hora de Saul estava por chegar, quando o próprio Deus haveria de matá-lo por seus pecados (1Sam 26:9-10).

O Salmo 18 é atribuído a Davi, que o teria composto “no dia em que o Senhor o livrou de todos os seus inimigos e das mãos de Saul”. Não podemos ter plena certeza da veracidade deste cabeçalho, mas existe a grande possibilidade de que reflita o exato momento histórico em que foi composto. Sendo assim, o que vemos é Davi compondo um salmo de gratidão a Deus por tê-lo livrado do “homem violento” (Sl 18:48), por ter tomado vingança dos que o perseguiam (Sl 18:47).

Em resumo, Davi não queria ser aquele que haveria de matar o ímpio rei Saul pelo fato do mesmo ter sido ungido com óleo pelo profeta Samuel para ser rei de Israel. Isto, todavia, não impediu Davi de enfrentá-lo, confrontá-lo, invocar o juízo e a vingança de Deus contra ele, e entregá-lo nas mãos do Senhor para que ao seu tempo o castigasse devidamente por seus pecados.

O que não entendo é como, então, alguém pode tomar a história de Davi se recusando a matar Saul, por ser o ungido do Senhor, como base para este estranho conceito de que não se pode questionar, confrontar, contraditar, discordar e mesmo enfrentar com firmeza pessoas que ocupam posição de autoridade nas igrejas quando os mesmos se tornam repreensíveis na doutrina e na prática.

Não há dúvida que nossos líderes espirituais merecem todo nosso respeito e confiança, e que devemos acatar a autoridade deles – enquanto, é claro, eles estiverem submissos à Palavra de Deus, pregando a verdade e andando de maneira digna, honesta e verdadeira. Quando se tornam repreensíveis, devem ser corrigidos e admoestados. Paulo orienta Timóteo da seguinte maneira, no caso de presbíteros (bispos/pastores) que errarem:

> "Não aceites denúncia contra presbítero, senão exclusivamente sob o depoimento de duas ou três testemunhas. Quanto aos que vivem no pecado, repreende-os na presença de todos, para que também os demais temam" (1Tim 5:19-20).

Os “que vivem no pecado”, pelo contexto, é uma referência aos presbíteros mencionados no versículo anterior. Os mesmos devem ser repreendidos publicamente.

Mas, o que impressiona mesmo é a seguinte constatação. Nunca os apóstolos de Jesus Cristo apelaram para a “imunidade da unção” quando foram acusados, perseguidos e vilipendiados pelos próprios crentes. O melhor exemplo é o do próprio apóstolo Paulo, ungido por Deus para ser apóstolo dos gentios. Quantos sofrimentos ele não passou às mãos dos crentes da igreja de Corinto, seus próprios filhos na fé! Reproduzo apenas uma passagem de sua primeira carta a eles, onde ele revela toda a ironia, veneno, maldade e sarcasmo com que os coríntios o tratavam:

>"Já estais fartos, já estais ricos; chegastes a reinar sem nós; sim, tomara reinásseis para que também nós viéssemos a reinar convosco. Porque a mim me parece que Deus nos pôs a nós, os apóstolos, em último lugar, como se fôssemos condenados à morte; porque nos tornamos espetáculo ao mundo, tanto a anjos, como a homens. Nós somos loucos por causa de Cristo, e vós, sábios em Cristo; nós, fracos, e vós, fortes; vós, nobres, e nós, desprezíveis.
Até à presente hora, sofremos fome, e sede, e nudez; e somos esbofeteados, e não temos morada certa, e nos afadigamos, trabalhando com as nossas próprias mãos. Quando somos injuriados, bendizemos; quando perseguidos, suportamos; quando caluniados, procuramos conciliação; até agora, temos chegado a ser considerados lixo do mundo, escória de todos. Não vos escrevo estas coisas para vos envergonhar; pelo contrário, para vos admoestar como a filhos meus amados. Porque, ainda que tivésseis milhares de preceptores em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; pois eu, pelo evangelho, vos gerei em Cristo Jesus. Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores" (1Cor 4:8-17).

Por que é que eu não encontro nesta queixa de Paulo a repreensão, “como vocês ousam se levantar contra o ungido do Senhor?” Homens de Deus, os verdadeiros ungidos por Ele para o trabalho pastoral, não respondem às discordâncias, críticas e questionamentos calando a boca das ovelhas com “não me toque que sou ungido do Senhor,” mas com trabalho, argumentos, verdade e sinceridade.

“Não toque no ungido do Senhor” é apelação de quem não tem nem argumento e nem exemplo para dar como resposta.

sábado, 16 de novembro de 2013

Alerta! Cuidado!

     Uma das mais complexas passagens bíblicas, como entender o porque que o Filho de Deus foi levado ao deserto para ser tentado? E ainda mais, quem o conduziu ao deserto foi o Espirito Santo. Isso é por difícil demais de entender quando partimos do principio de que Jesus faz parte da Trindade Divina. Mas como tudo que está no Livro Sagrado tem um grande ensinamento, eu parei para meditar e estudar nos versículos que fazem menção a esse momento.

Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.
E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome;
E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães.
Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.
Então o diabo o transportou à cidade santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo,
E disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo; porque está escrito: Que aos seus anjos dará ordens a teu respeito, E tomar-te-ão nas mãos, Para que nunca tropeces com o teu pé em alguma pedra.
Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus.
Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles.
E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.
Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.
Então o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos, e o serviam.

Mateus 4:1-11
   
     O relato em sim é simples e de fácil compreensão, porém quando nos deparamos para entender o porque o nosso Jesus passou por isso é que vamos entender o real motivo pelo qual esse momento ficou registrado nas páginas sagradas.
     
     Podemos resumir que Jesus foi levado ao deserto para ter a sua natureza humana testada. Mas para que? Paulo nos explica um pouco em Filipenses 2:6-7 "Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. Ele," o Grande e Poderoso Filho de Deus precisava se esvaziar de sua natureza divina e se fazer semelhante a nós, e assim poderia mostrar que ao homem é data a escolha de ser fiel a Deus ou servir ao inimigo, e isso foi mostrado aos homens não apenas por meio de palavras vinda por profetas, agora o próprio Filho de Deus mostra que é possível vencer o inimigo.
   
     Este texto é na realidade um grande alerta para os nossos dias: Cuidado com os lugares altos. Jesus permitiu que as suas atitudes diante das tentações nos mostrasse que é possível sim vencermos o inimigo, e nesse texto Ele nos mostra três áreas importantíssimas de nossa vida, que precisam ser vencidas em Deus. Mas antes de entender o que Jesus quer nos ensinar, precisamos compreender que nos lugares altos o caráter é colocado em xeque e muitos são despidos de sua reputação, pois reputação é aquilo que o homem consegue mostrar e maquiar, mas caráter é aquilo que somos de verdade, partido desse principio o lugar de destaque é o local onde muitos se perdem, não porque o local de destaque é uma maldição, muito pelo contrário, o local de destaque é o lugar que Deus tem separado para os seus escolhidos, porem no lugar de destaque lá estão também os holofotes da vida, e a luz tudo revela: " Porque nada há encoberto que não haja de ser manifesto; e nada se faz para ficar oculto, mas para se descoberto. " Mc 4:22

     Mas precisamos entender que Jesus veio e venceu, como homem, baseado na Palavra e nos ensinou o caminho que devemos seguir para vencermos também o inimigo nas principais áreas de nossa vida.
     
     A primeira área é a área da provisão. Quantas pessoas não são iludidas pelo inimigo a achar que tudo o que tem foram conquistados pelas suas próprias capacidades? Temos que entender que se temos alguma coisa é para que o nome D´Ele seja glorificado.

     A segunda área são os lugares altos do templo, que ensinamento grandioso Jesus nos dá quando é levado ao ponto mais alto do templo. Ali satanás queria que Jesus atraísse os holofotes para algo extraordinário, pois seria realmente extraordinário os Anjos aparecerem para o ajudar a não cair ao chão, com certeza multidões de pessoas iriam ficar perplexas, muitos curiosos iriam se aproximar, seria a tal famosa "estratégia" para atrair pessoas, muitos lideres atuais tem atraído os holofotes das multidões para si, eu sou, eu faço e eu posso, muitos "púlpitos" hoje são na realidade locais de uso para marketing pessoal, estou casando de ouvir alguns "ministros" ao assumir a tribuna falarem que foram em tal lugar e tantos milagres aconteceram, que quando pastoreava tal igreja a igreja era lotada, que isso e aquilo. Parem com isso. Muitos pegam versículos isolados para basearem as suas convicções coronelistas e autoritárias do tipo: "Devemos ser exemplos dos fieis..." 1 Tm 4:12 e com base em isoladas partículas de versículos querem trazer o foco para si. Paulo nos ensina que quando todos olharam para ele, ele apontava para Cristo, podem ser meus imitadores sim, pois eu imito a Cristo. 1 Co 11:1. Resumindo de forma clara esse ponto, o foco do lugar mais alto do templo não está em nossas capacidades, o foco é o SENHOR.

     E a última grande lição, quando Jesus foi levado a um grande monte, foi mostrado para Ele todos os grandes reinos e glórias desse mundo, o diabo esta oferecendo para Jesus tudo. Infelizmente nos dias de hoje, o diabo disfarçadamente tem oferecido muitas glorias, muito poder para alguns e estes tem caído, quantas e quantas pessoas depois de conquistar certa posição se afastam dos caminhos do Senhor em trocas momentâneas de prazer, quantos e quantos lideres se perdem nos braços da ganancia por dinheiro e poder, quantos e quantos poderosos se perdem nos caminhos de uma vida de prostituições, de "jeitinhos", de mentiras, de facilidades.  Existem certos lugares que para se chegar a certa posição é preciso "adorar" o superior, usando da desculpa que deve se respeitar as autoridades, mas na realidade não é respeito e sim uma ganancia total por poder que se faz de tudo para conseguir tal posição. E é assim que muitos estão se perdendo, sofrendo, famílias estão se acabando, pois o foco é tão grande no lugar alto que se esquecem que uma das bases para se permanecer no lugar de destaque é a família estruturada.

     O diabo estava oferecendo a Jesus uma coroa sem antes passar pela cruz, e aquele que quer seguir a Jesus deve justamente fazer ao contrário: "Se alguém que vir após mim, negue-se a sim mesmo, e tome a cada dia a sua criz e siga-me." Lc 9:23.

     O inimigo sempre vai tentar você até tirar o seu foco da promessa e do propósito, mas Jesus veio para nos mostrar que podemos sim sair vitoriosos e entendendo que por mais que o inimigo queira tirar o nosso foco, por mais que ele queira nos fazer perder o controle da situação, por mais que ele queira colocar em duvida se somos filhos de Deus, precisamos nos lembrar que antes de Jesus entrar no deserto e ser tentado, Deus se manifestou e deu uma das mais belas declarações de amor que um pai pode dar para o seu filho: "Este é o meu filho amado, em quem me agrado."

Lembrem-se que por maior que seja o seu deserto, Deus chegou primeiro e anunciando que você é o filho amado D´Ele e que Ele muito se agrada de você.

Um cordial abraço,
                                 Junior Guimarães